Depois, passando por graves dificuldades financeiras, a família muda-se para Lourdes onde vive em condições de miséria, morando no prédio da antiga cadeia municipal que fora abandonado pouco tempo antes. Apesar de parecer insalubre, moravam no andar superior do edifício, o do primo de Francisco Soubirous, pai de Bernadette, junto à sua mulher e seus filhos. Era um buraco infecto e sombrio, a divisão inabitável da antiga prisão abandonada por causa da insalubridade.
Desde pequena, Bernadette teve a saúde debilitada devido à extrema pobreza de sua habitação. Nos primeiros anos de vida foi acometida pelo cólera, o que a deixou extremamente enfraquecida. Em seguida, por causa também do clima frio no inverno, adquiriu asma aos dez anos.
Tinha dificuldades de aprendizagem e na catequese, o que fez com que a sua primeira comunhão fosse atrasada. Não pôde frequentar a escola e até os quatorze anos manteve-se absolutamente analfabeta.
Em Lourdes, uma cidade com população em torno de quatro mil habitantes, no dia 11 de fevereiro de 1858, Bernadette disse ter visto uma aparição de Nossa Senhora numa gruta denominada massabielle, o que significa, no dialeto local - "pedra velha" ou "rocha velha" - junto à margem do rio Gave, aparição que de outra vez se lhe apresentou como sendo a Imaculada Conceição, segundo o seu relato. Enquanto o assunto era submetido ao exame da hierarquia eclesiástica que se comportava com cética prudência, curas cientificamente inexplicáveis foram verificadas na gruta de "massabielle".
Em 25 de fevereiro de 1858, na presença de uma multidão, por ocasião de uma das suas visões, surgiu sob as mãos de Bernadette uma fonte que jorra água até os dias de hoje no volume de cinco mil litros por dia.
De acordo com o pároco da cidade, padre Dominique, que bem a conhecia, era impossível que Bernadette soubesse ou pudesse ter o conhecimento do que significava o dogma da "Imaculada Conceição", então recentemente promulgado pelo Papa. Afirmou ter tido dezoito visões da Virgem Maria no mesmo local entre 11 de fevereiro e 16 de julho de 1858.
Afirmou e defendeu a autenticidade das aparições com um denodo e uma firmeza incomuns para uma adolescente da sua idade com o seu temperamento humilde e obediente, nível de instrução e nível sócio-econômico, contra a opinião geral de todos na localidade: sua família, o clero e autoridades públicas. Pelas autoridades civis foi submetida a métodos de interrogatórios, constrangimentos e intimidações que seriam inadmissíveis nos dias de hoje. Não obstante, nunca vacilou em afirmar com toda a convicção a autenticidade das aparições, o que fez até a sua morte. Para fugir à curiosidade geral, Bernadette refugiou-se como "pensionista indigente" no hospital das Irmãs da Caridade de Nevers em Lourdes (1860). Ali recebe instrução e, em 1861, faz de próprio punho o primeiro relato escrito das aparições. No dia 18 de janeiro de 1862, Monsenhor Bertrand Sévère Laurence, Bispo de Tarbes, reconhece pública e oficialmente a realidade do fato das aparições. Em julho de 1866 Bernadette inicia o seu noviciado no convento de Saint-Gildard e, em 30 de outubro de 1867, faz a profissão de religiosa da Congregação das Irmãs da Caridade de Nevers. Dedicou-se à enfermagem até ser imobilizada, em 1878, pela doença que lhe causou a morte.
O CORPO:
Ele está intacto e “como se
estivesse petrificado” segundo foi reconhecido pelos médicos juramentados e
pelas autoridades civis e religiosas por ocasião das exumações de 1909, 1919 e
1925.
O rosto e as mãos, que escureceram no contato com o ar, foram
recobertos com ligeiras camadas de cera, moldadas segundo os modelos recolhidos
diretamente.
A posição inclinada para o lado esquerdo foi assumida pelo corpo no
túmulo.”
Detalhe:
"A incorruptibilidade do corpo de Santa Bernadette Soubirous é um dos casos mais assombrosos e estudados pela medicina. Ela morreu no ano de 1879."
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