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quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Agostinho de Hipona

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Uma das grandes belezas e seguranças da teologia bíblica, histórica e ortodoxa é que falta-lhe originalidade. A boa teologia é derivada da Palavra de Deus nas Escrituras, a qual tem sua origem através da inspiração do Espírito Santo. A teologia que honra a Deus é aquela que submete-se à autoproclamada autoridade das Escrituras e que, portanto, mantém-se no limite daquilo que foi revelado por Deus e ensinado pelos profetas e apóstolos. Nesse sentido é que a teologia não é e nem deve ser original e é por isso que, desde o fechamento do cânon, a ortodoxia cristã atravessa os séculos, as culturas e os poderes deste mundo conta com uma impressionante unidade e coerência em suas doutrinas mais basilares e importantes. Seus grandes dogmas são derivados da Bíblia.
Isso não quer dizer, todavia, que a teologia não deva buscar profundidade e desenvolvimento. Em grande medida, o produto teológico que temos hoje  à nossa disposição, é fruto do labor criativo, zeloso e meticuloso empreendido por estudiosos da Palavra de Deus, ao longo da história. Então, se por um lado, no núcleo do que a fé cristã afirma hoje, do que a igreja cristã crê, estão aquelas doutrinas que foram cridas e ensinadas desde os apóstolos, por outro, os séculos de história cristã serviram para o desenvolvimento, aprofundamento, refinamento e apuração dessas doutrinas. Não há grandes novidades, mas houveram grandes progressões.
Agostinho, garimpeiro de Deus
Um desses homens de Deus, dotado de uma mente criativa e intenso desejo de cavar mais profundamente na Palavra de Deus e que ajudou a pavimentar o caminho das grandes progressões do pensamento teológico foi o africano Agostinho de Tagaste (354-430), bispo de Hipona.
Agostinho foi, provavelmente, o grande pensador cristão da Idade Média. Por quase dois mil anos sua produção teológica tem pautado os grandes debates do cristianismo e influenciado o pensamento e cultura do Ocidente. Do ponto de vista católico, Joseph Aloisius Ratzinger ratifica essa impressão, ao dizer: “Agostinho deixou uma marca profunda na vida cultural do Ocidente e de todo o mundo. Sua influência é vastíssima. (...) Raramente uma civilização encontrou um espírito tão grande, com ideias e formas que alimentariam gerações vindouras.”1 A Reforma Protestante do século XVI, fundamental ao avivamento da fé e espiritualidade cristã, até então adoecida mortalmente pelo desvio teológico, corrupção e misticismo, deve a Agostinho o cerne de suas principais proposições, particularmente em questões como o pecado original, a graça de Deus, a salvação e a predestinação, além do exemplo de seu vigoroso ministério pastoral. O teólogo luterano Richard Balge, citando um colega, disse que: “Se Agostinho de Hipona tivesse vivido no tempo da Reforma, ele teria se juntado a Martinho Lutero”.2 O teólogo presbiteriano B. B. Warfield, por sua vez, disse que “o sistema de doutrina ensinado por Calvino é somente o agostinianismo, conforme se vê em todos os demais reformadores. Pois, se a Reforma foi, do ponto de vista espiritual, um grande avivamento da religião, do ponto de vista teológico foi um grande reavivamento do agostinianismo”.3 E o erudito batista Timothy George, ao falar da influência do pensamento agostiniano na Reforma, disse que “a linha principal da Reforma Protestante pode ser vista como uma aguda agostinianização do cristianismo.”4
Agostinho está do nosso lado
Os grandes representantes da Reforma do século XVI, Martinho Lutero, João Calvino, Martin Bucer, Philip Melanchton e tantos outros, encontraram na vigorosa teologia agostiniana fundamento tanto para o rompimento com o status quo da igreja romana como para afirmar a unidade do pensamento genuinamente cristão que remonta aos ensinos dos Pais da Igreja e dos Apóstolos. À guisa de ilustração, vejamos como o pensamento de Agostinho foi de grande importância para alguns dos reformadores mais destacados:
Martinho Lutero era um monge agostiniano e derivou dessa escola o tutano de sua própria teologia. A influência de Agostinho em Lutero, aliás, parece haver perpassado todas as fases de sua vida como teólogo. No prefácio da Theologia Germânica, obra do século XV redescoberta por Lutero e republicada por ele em 1516, ele reconhece o débito que tem com Agostinho, colocando seus escritos próximos dos escritos da própria Escritura. Em suas “conversas de mesa”, em 1532, Lutero disse: “No começo de minha carreira, como professor de teologia, eu não simplesmente lia Agostinho, mas devorava suas obras com voracidade”.5 No prefácio de seus Escritos Latinos, de 1545 – um ano antes de sua morte – Lutero faz referência à obra O Espírito e a letra, de Agostinho, e diz que há muitas semelhanças em seu entendimento sobre a justiça de Deus. Seu companheiro e colega reformador, o teólogo Philip Melancthon, via Lutero, no contexto da Reforma, como uma “voz intercambiável com a de Agostinho; uma voz que renovava o ensino primitivo da igreja”.6 
Com João Calvino não foi diferente. A influência da teologia agostiniana também é bem evidente em toda sua carreira teológica.7Ele mesmo disse que “ficaria feliz em confessar toda sua fé pelas palavras de Agostinho”8 e ainda fez uma famosa afirmação de aprovação, ao dizer: Augustinus totus noster est, isto é, que “Agostinho está do nosso lado”. O historiador Justo Gonzalez lembra que na principal obra de Calvino, as Institutas, “se manifesta um conhecimento profundo, não só das Escrituras, mas também de antigos escritores cristãos, particularmente Agostinho”.9 Na última edição das Institutas, de 1559, encontram-se mais de 400 citações de textos de Agostinho. Calvino confiava mais na teologia de Agostinho do que em sua exegese, como se vê em vários de seus comentários bíblicos, particularmente seu comentário em Romanos, no qual ele critica a abordagem alegórica que muitas vezes Agostinha emprestava ao texto, mas, o fato é que esse eminente pai da igreja é uma grande fonte de inspiração e influência da produção teológica e pastoral de Calvino.
Martin Bucer, o reformador de Estrasburgo que teve papel vital na busca de unidade entre os demais reformadores, também apoiou-se em Agostinho para desenvolver muito de seu pensamento teológico. Num certo ponto, ele disse que tem “grande reverencia por Agostinho”.10 Em sua obra, Florilegium Patristicum, na qual reúne citações dos Pais da Igreja, encontram-se várias referencias às obras e pensamento de Agostinho. Também em sua obra sobre teologia pastoral, Sobre o Verdadeiro Cuidado das Almas, Bucer faz muitas referências ao trabalho pastoral e à teologia de Agostinho. Em seu comentário à epístola de Paulo em Romanos, de 1536, Bucer faz um grande esforço para aliar-se a Agostinho no tratamento que este faz dos textos do Antigo e Novo Testamento e até mesmo em suas noções sobre a justificação (declarada e transmitida). Ainda que Bucer estivesse pronto para discordar de Agostinho quando necessário, o fato é que ele viu em Agostinho uma voz de consonância com o corpo da reforma e alinhou-se à essa voz em algumas áreas vitais.
O período pós reforma também valeu-se do pensamento de Agostinho – seja diretamente, ou indiretamente pela influência dos próprios reformadores. Também as gerações sucessivas, todas elas têm sido, como notou Ratzinger, alimentadas pelas ideias e pensamentos deste gigante da fé. Ele é provavelmente o mais qualificado representante da igreja primitiva e permanece como uma das mentes mais importantes da história da fé cristã.
As Confissões
De tudo quanto Agostinho produziu, destaco aquela que muito provavelmente foi a sua principal obra: As Confissões. Trata-se de sua autobiografia, escrita em treze livros no curso de três anos,  entre os anos de 397 e 400. Há muito que se poderia falar sobre As Confissõese seus benefícios e virtudes. Eruditos e literatas, tanto da filosofia como da teologia, certamente já têm empreendido o papel de analisar as muitas riquezas dessa obra e extrair o sumo de seu rico conteúdo. Aqui queremos oferecer apenas um pequeno vislumbre dessa que permanece como uma das mais importantes obras literárias de todos os tempos.
Nela Agostinho empreende uma profunda investigação da própria alma, da sua fé e de sua sincera busca por Deus. Ele abre seu coração e, numa conversa dirigida a Deus, confessa seus pecados, dramas, angústias d’alma, frustrações e também sua luta pela verdade e sua luta com o próprio Deus.
Vemos, por exemplo, em As Confissões, uma verdadeira luta da mente e a sublime busca pela verdade, a qual Agostinho reconhece haver encontrado somente quando Jesus o encontrou:
Foi então que tuas perfeições invisíveis se manifestaram à minha inteligência por meio de tuas obras. Mas não pude fixar nelas meu olhar; minha fraqueza se recobrou, e voltei a meus hábitos, não levando comigo senão uma lembrança amorosa e, por assim dizer, o desejo do perfume do alimento saboroso que eu ainda não podia comer11.
Buscava um meio que me desse força necessária para gozar de ti, e não a encontrei enquanto não me abracei ao Mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus, que está sobre todas as coisas, Deus bendito por todos os séculos, que chama e diz: Eu sou o caminho, a verdade e a vida.12
Também vemos a luta da carne, a qual ele chama de luta com a luxúria: “Admirava-me de já vos ter amor e de não amar um fantasma em vez de Vós. Era arrebatado para vós pela vossa beleza, e logo arrancado de vós pelo meu peso. Este peso eram os hábitos da luxúria”.13 Sua luta contra as tentações sexuais ainda é exemplificada pela famosa oração: “Senhor, dá-me a castidade e a continência, mas ainda não”.14 Todavia, é preciso registrar, muitas vezes a culpa de Agostinho por conta de sua concupiscência tem levado muitos a acusarem-no de ter sido promíscuo. Mas talvez essa conclusão seja injusta, pois ele mesmo registra somente um caso amoroso, com uma concubina, mãe de seu filho Adeodato, mulher a quem muito amou, embora nunca tenha se casado com ela.
Ele ainda conta como Deus o alcançou e salvou e como ele passou a perceber a mão providente de Deus nas diversas fases de sua vida, além de ter uma noção mais plena e gozosa da beleza de Deus, depois de sua conversão. As Confissões também são uma expressão de adoração e uma declaração de amor e devoção a Deus e nela ele exalta a Deus louvando-o pela criação. Num certo ponto, ele confessa:
Tarde te amei, Beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Eis que estavas dentro de mim, e eu lá fora, a te procurar! Eu, disforme, me atirava à beleza das formas que criaste. Estavas comigo, e eu não estava em ti. Retinham-me longe de ti aquilo que nem existiria se não existisse em ti. Tu me chamaste, gritaste por mim, e venceste minha surdez. Brilhaste, e teu esplendor afugentou minha cegueira. Exalaste teu perfume, respirei-o, e suspiro por ti. Eu te saboreei, e agora tenho fome e sede de ti. Tocaste-me, e o desejo de tua paz me inflama.15
De tudo o mais, um aspecto muito sublime de suas Confissões, que se alteia como um fator presente em toda narrativa, é a noção de que é Deus quem vem ao encontro do homem para alcançá-lo e salvá-lo. Talvez a expressão que melhor exemplifica essa realidade na experiência de Agostinho, seja a oração que ele repete algumas vezes no curso de suas confissões: “Dai-me o que ordenais, e ordenai-me o que quiserdes” (Da Quod Iubes et Iube Quod Vis). Esta oração causou arrepio no grande rival de Agostinho, Pelágio, que via nela uma afronta ao livre arbítrio do homem, o qual, Pelágio cria, nascia reto e tinha em si mesmo a capacidade de obedecer ou rejeitar a Deus. Mas Agostinho entendeu – e essa oração assim o demonstra – que somente a graça de Deus e o poder do Espírito, atuando no interior do homem, é que pode levá-lo ao próprio Deus. É Deus quem dá causa à fé, ao amor, à devoção e à obediência e é por isso que ele pede: concede-me o que ordenais, isto é, capacita-me, Senhor, para o que queres. Em outra obra sua, ele pergunta: “Que nos ordena Deus em primeiro lugar, e com mais insistência, senão que acreditemos nele? Ora, é precisamente esta graça que ele nos concede”.16
Por que ler Agostinho?
Em nossa breve tradição protestante no Brasil, a reação ao catolicismo romano tem, não raras vezes, rejeitado muito dos símbolos, tradição, produção teológica, proponentes da fé que são, normalmente, associados à Roma. Assim, não é incomum alguma desconfiança do leitor mais desavisado, porém sincero e zeloso, quando se fala no proveito que temos pela leitura e aprendizado com aqueles que estejam ligados à tradição romana. Mas essa reação muitas vezes é exagerada e mais emocional do que justa. Muito do que é rejeitado é herança da cristandade, da fé cristã na história e de imenso proveito para os cristãos hoje. Faríamos bem em, ao contrário dessa tendência, resgatar e valorizar esse rico legado.
Em Agostinho, particularmente, há muito que aprender – como fizeram também nossos pais reformadores e toda tradição cristã nesses últimos dezessete séculos.
E há muito o que ler de Agostinho. Dentre os Pais da Igreja, seus escritos são os mais abundantes. A história de sua vida e sua obra foram catalogados pelo cuidadoso trabalho de seu biografo e contemporâneo Possídio, que escreveu a Vita Augustini e indexou nela o Indiculos, que elencava e reproduzia suas principais obras. São centenas de homilias e cartas ainda preservadas e várias obras filosóficas e teológicas que, conforme coloca Ratzinger, “são de importância fundamental, não só para o cristianismo, mas para a formação de toda cultura ocidental”.17
Em seus escritos, temos um tesouro de sabedoria que pode fazer muito bem ao povo de Deus, se lido com discernimento. É claro que Agostinho teve os seus limites e cometeu seus equívocos. Mas encontramos nele uma mente brilhante e um coração radiante, que ardia por amor a Deus, como pouco se vê em nossos tempos. Temos nele um esforço diligente para submeter todas as coisas à revelação. Suas Confissões, aliás, são a grande prova disso. Foi somente quando a Escritura falou que sua obstinada  busca pela verdade cessou. A partir desse ponto, ele passa a ser um estudioso da verdade contida nas Escrituras. Conforme colocou Solano Portela, em uma conversa que tivemos sobre o bispo de Hipona, “Agostinho cavou nas Escrituras em busca da verdade; a Reforma fez o mesmo; Calvino continuou cavando e olhando com mais clareza as Escrituras; nós temos de fazer o mesmo. Igreja Reformada sempre se reformando é isso”.
Em Agostinho, temos uma impressionante profundidade teológica, assertividade e firmeza doutrinária, intensa devoção a Deus, inquestionável respeito ao texto bíblico e genuína preocupação pastoral. Essas qualidades são um grande estímulo para o estudante de teologia, particularmente, mas também para todo cristão sincero que busca agradar a Deus e viver neste mundo vil e cheio de perigos - especialmente diante dos muitos desafios enfrentados pela fé cristã de nossos tempos, em que os valores deste mundo são difusos, em que há uma crise de conteúdo e substância de fé e onde os homens - e, surpreendentemente, até mesmo uma ala do cristianismo - suspeitam dos dogmas e afirmações da Palavra de Deus e da ortodoxia cristã. Em Agostinho temos a junção de vida vigorosa e doutrina robusta. Isso faz dele um campeão da fé.
Mais uma vez, Ratzinger oferece um útil insight sobre a obra de Agostinho:
Em seus escritos [Agostinho] o encontramos vivo. Quando leio os escritos de Santo Agostinho, não tenho a impressão que se trata de um homem morto há mil e seiscentos anos, mas sinto-o como um homem de hoje: um amigo, um contemporâneo que me fala, que fala a nós com sua fé vigorosa e atual. Nele vemos a atualidade permanente de sua fé. Fé que vem de Cristo, Verbo Eterno encarnado, Filho de Deus e Filho do homem. E podemos ver que essa fé não é de ontem, mesmo tendo sido pregada ontem; é sempre de hoje, porque Cristo é realmente ontem, hoje e para sempre. Ele é o caminho, a verdade e a vida. Assim nos encoraja Agostinho a confiarmos neste Cristo sempre vivo e encontrar nele o caminho da vida.18
Que saibamos aproveitar a sinceridade da jornada de Agostinho de Hipona em busca da verdade, a criatividade de sua teologia, a beleza de sua devoção a Deus, o vigor de seu exemplo e testemunho, a firmeza de sua fé.

Notas:
1 - Bento XVI. Os Padres da Igreja (Campinas, SP: Eclesiae, 2012) p. 183-184
2 - Richard D. Balge, Martin Luther, Agostinian (artigo publicado em http://www.wlsessays.net/files/BalgeAugustinian.pdf), acessado em novembro de 2013.
3 - Benjamin Breckinridge Warfield, John Calvin: the man and his work(The Methodist Review, Outubro de 1909).
4 - Timothy George. Teologia dos Reformadores (São Paulo, SP: Edições Vida Nova, 2004), p.76.
5 - Martinho Lutero. Luther Works, LI, xviii.
6 - Peter Fraenkel, Testimonia Patrum: The Function of the Patristic Argument in the Theology of Philip Melanchthon (Genebra: Droz, 1961), p. 32.
7 - Recomendo a leitura do artigo de S. J. Han: An Investigation into Calvin’s use of Augustine(http://www.ajol.info/index.php/actat/article/viewFile/52214/40840), Acessado em novembro de 2013.
8 - Paul Helm. Apud em N. R. Needham, The Triumph of Grace(London: Grace Publication, 2000), p.8
9 - Justo Gonzalez, A Era dos Reformadores (São Paulo, SP: Edições Vida Nova, 2004), p.112.
10 - Basil Hall, Martin Bucer: Reforming Church and Community, ed. D. F. Wright (Cambridge, UK: Cambridge Press, 1996), p. 150.
11 - Agostinho, Confissões (São Paulo, SP: Editora Nova Cultural, 1999), p. 185.
12 - Ibidem, p. 192.
13 - Ibidem, p. 190.
14 - Ibidem, p. 214.
15 - Ibidem, p. 285.
16 - Agostinho. Confissões. Nota de J. Oliveira Santos, apud, De Bono PerseverantiaeQuid vero nobis primitus et maxime Deus iubet, nisi ut credamus in Eum? Et hoc ergo ipse dat (São Paulo, SP: Nova Cultural, 1999), p. 286.
17 - Ratzinger, Padres da Igreja, p. 201.
18 - ibidem, p. 193.

Fonte: Revista Fé Para Hoje Edição Nº40

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