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Antigo país da Ásia, localizado ao norte da Mesopotâmia, a partir da fronteira norte do atual Iraque. Suas conquistas se estenderam aos vales dos rios Tigre e Eufrates. A parte ocidental do país era uma estepe adequada apenas a uma população nômade. Entretanto, a parte oriental era apropriada para a agricultura, com colinas cheias de bosques e férteis vales banhados por pequenos rios. A leste da Síria se encontram os montes Zagros; ao norte, um escalão de platôs conduz ao maciço armênio; a oeste se estende a planície da Mesopotâmia; ao sul se encontra o país conhecido primeiro como Sumer, depois Acade e, mais tarde Babilônia.
Os Assírios são descendentes diretos de Assur, filho de Sem, neto de Noé (Gn 10.11). Assur deixou a terra de Sinar e foi estabelecer-se em uma faixa de terra ao norte da Mesopotâmia, mais para o oriente, isto é, próximo ao rio Tigre, que passou a levar seu nome. A cidade de Assur floresceu à margem da grande rio Tigre, não possuindo fronteiras definidas, entretanto suas dimensões dependendo da época variavam de acordo com suas vitórias ou derrotas. Seus habitantes eram guerreiros ferozes; possuíam armas de ferro que os tornavam superiores na arte da guerra.
Eram famosos pela crueldade com que tratavam os adversários derrotados nas batalhas. Capturavam seus inimigos e em seguida cortavam suas cabeças com um machado, os que ficavam vivos tinham os olhos vazados. Os que não morriam eram transformados em escravos e postos para trabalhar duramente. Os povos subjugados pelos assírios tinham de pagar altos impostos.
O núcleo central da Assíria estava na região norte da Mesopotâmia, mas em 800 a.C. dominava os vizinhos como nunca qualquer Estado havia feito. Combateu tribos das montanhas no norte e leste de seu domínio, mas com as mesmas tribos desenvolveu relações diplomáticas.
Estabelecido no norte da Mesopotâmia, o Império Assírio foi uma das civilizações mais importantes do Oriente Médio. Os primeiros povoadores conhecidos na região eram nômades semitas que começaram a levar a vida sedentária ao longo do IV milênio a.C. Alguns dados atestam a formação, a partir do século XIX a.C., de um pequeno estado assírio, que mantinha relações comerciais com o Império Hitita. No século XV a.C., depois de um longo período de submissão ao Império Sumério, o estado assírio, com capital em Assur começou a tornar-se independente a se estender. Puzur-Assur III foi o primeiro monarca que livre da opressão suméria empreendeu a expansão do reino. Graças ao apogeu comercial, os assírios puderam lançar-se sob o reinado de Shamsh-Adad I (1813-1781 a.C. mais ou menos), às conquistas que tanta glória lhe trouxeram.
O soberano concentrou os esforços na construção de um estado centralizado, segundo o modelo da poderosa Babilônia. Suas conquistas se estenderam aos vales médios do Tigre e do Eufrates e ao norte da Mesopotâmia, mas foram barrados no Alepo, na Síria. Morto o rei seus filhos não puderam manter o império em virtude dos constantes ataques dos povos vizinhos e dos desejos de independência dos súditos.
A CONQUISTA DA BABILÔNIA
A Assíria caiu sob o domínio do reino de Mitani, do qual se libertou em meados do século XIV a.C. O rei Assur-Ubalit I (1365-1330) foi considerado pelos sucessores o fundador do Império Assírio, também conhecido como Império Médio. Para consolidar seu poder, estabeleceu relações com o Egito e interveio nos assuntos internos da Babilônia, casando sua filha com o rei desse estado. Depois de seu reinado, a Assíria atravessou uma fase de conflitos bélicos com os hititas e babilônios, que se prolongou até o fim do século XIII a.C. Quem afinal conseguiu impor-se foi Salmanaser I (1274-1245 a.C.) que devolveu ao estado assírio o poder perdido.
Esse monarca estendeu sua influência até Urartu (Armênia), apoiado num exército eficaz que conseguiu arrebatar da Babilônia suas rotas e pontos comerciais. Sob o reinado de Tukult-Ninurta I (1245-1208 a.C.) o Império Médio conseguiu alcançar seu máximo poderio. A mais importante façanha desse período foi a incorporação da Babilônia, que ficou sob a administração de governantes dependentes da Assíria. A Babilônia passou a ser colônia Assíria.
OUTRAS CONQUISTAS
Com as conquistas militares o Império se estendeu da Síria ao Golfo Pérsico. Depois da morte de Tukult-Ninurta, o poderio assírio entrou em declínio, o que beneficiou a Babilônia, que aos poucos foi se libertando do poderio assírio. Passado o período de guerras contra os invasores hititas e mitânios, a Assíria ressurgiu no fim século XII a.C., com Tiglate-Pileser I (1115-1077), que derrotou a Babilônia numa guerra duríssima.
Após a morte de Tiglate-Pileser I, a Assíria caiu sob o domínio dos arameus, do qual por muitos anos não conseguiu libertar-se.
A liberdade só veio quando Adade-Ninari II (911-891) assumiu o trono da Assíria e fez sua primeira campanha militar para o oeste na direção do Eufrates superior, pondo fim às tribos dos arameus e outros pequenos povos que habitavam a região.
O sucessor de Adade-Ninari, Tukulti-Ninurta II (890-884), continuou a política de seu antecessor, de criar um império assírio. Ele devolveu a Assíria a antiga grandeza e submeteu a zona de influência dos arameus, que era no Eufrates médio ao domínio dos assírios. Sucedeu-lhe Assurbanipal II (884-859). Ele foi o mais desumano dos reis assírios, impôs sua autoridade com inusitada violência. Foi o primeiro rei assírio a construir carros de guerra e unidades de cavalaria combinadas com a infantaria. Durante seu reinado os inimigos não eram derrotados, eram destroçados e assassinados friamente.
Com o rei Assurbanipal II, Assíria galgou o posto de Império, com construções monumentais em Assur, Nínive e Calah e a montagem de um grupo de estados vassalos ao redor do núcleo do território assírio. As dinastias das regiões atingidas por suas expedições militares eram obrigadas a pagar tributos regularmente, muitas vezes também a colocar a disposição dos assírios tropas militares.
As construções monumentais em Assur, Nínive e Calah e a montagem de um “cinturão” de estados vassalos ao redor do núcleo do território assírio, mostrou ao mundo da época todo o poderio da Assíria. Os dinastas das regiões atingidas por suas expedições militares eram obrigados a pagar tributos regularmente e, muitas vezes colocar a disposição do estado opressor tropas militares. Seu filho Salmanaser III (859-824) foi igualmente cruel. Conquistou a Síria e região.
O último período do grande império assírio iniciou-se com Tiglete-Pileser III (746-727), que dominou definitivamente a Mesopotâmia. A Assíria chegou ao ápice das conquistas militares dominando todo o antigo Oriente. Esse rei sistematizou os projetos de vassalagem e os domínios territoriais, unificando todo o Oriente Próximo. Sua ambição sem limites o levou a estender o império até o reino da Judéia, a Síria e o Urartu.
Mais ou menos em 730 a.C. formou-se uma coalisão para por fim ao domínio no Oriente Próximo das dinastias etíopes do Egito. Essa reação que partiu da Mesopotâmia foi liderada pela Assíria.
Salmanaser IV e Salmanaser V mantiveram o poderio da Assíria, que anexou a região da Palestina durante o reinado de Sargão II (721-705). Este rei dizimou o Reino do Norte, Israel, deixando de pé apenas Samaria, como sua província. O filho deste rei, Senaqueribe (704-681), teve de enfrentar revoltas internas, principalmente na Babilônia, centro religioso do império. Para conter as revoltas, a Babilônia foi arrasada pelas tropas de Senaqueribe, dando assim o exemplo aos outros povos dominados.
O FIM DO IMPÉRIO
Em 612 a.C. o império assírio sucumbiu ao ataque combinado de medos e babilônios. Sob as ruínas de uma esplêndida civilização, ficou a trágica lembrança de suas impiedosas conquistas e da ilimitada ambição de reis. A maior parte das terras assírias foi tomada por dinastias da Babilônia.
DESTAQUE DA ASSÍRIA NA CIÊNCIA
Fruto das múltiplas relações com outros povos à civilização assíria alcançou elevado grau de desenvolvimento humano, coisa rara na época. Entre as preocupações científicas dos assírios destacou-se a astronomia. Estabeleceram a posição dos planetas e das estrelas e estudaram a Lua e seus movimentos. Na matemática alcançaram alto nível de conhecimentos, comparável ao que posteriormente se verificaria na Grécia clássica.
DESTAQUE DA ASSÍRIA NAS ARTES
O espírito militar e guerreiro dos assírios se refletem em suas manifestações artísticas, principalmente nos relevos que decoram as monumentais construções arquitetônicas. Representam, sobretudo cenas bélicas e de caça, em que figuras de animais ocupam o lugar de destaque. Também cultivaram a escultura em marfim, na qual foram grandes mestres, como se constatam nos painéis de Nimrud, que sobreviveram à madeira dos móveis em que eram originariamente incrustados.
OS DEUSES ASSÍRIOS
A religião assíria manteve ancestrais tradições mesopotâmicas, embora tenha sofrido a introdução de outros deuses e mitos. A eterna rivalidade entre assírios e babilônios chegou à religião com a disputa pela preponderância de seus grandes deuses, o assírio Assur e o babilônio Marduk.
FONTES:
Módulo de Teologia da FTB - Ed Betesda
Bíblia Thompson - Ed Vida
Dicionário Bíblico - Editora Didática Paulista
Enciclopédia Ilustrada de História - Duetto Editora
http://www.santovivo.net/gpage252.aspx
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