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Uma casa sem livros é como um corpo sem alma., Cícero

...SÓ SEI QUE NADA SEI!

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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Quantas vezes o Homem pisou na Lua?

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Foi em 20 julho de 1969 que fizemos a primeira alunissagem (sim, chama-se “alunissagem”!). Os astronautas que colocaram os pés em solo lunar foram Neil Armstrong e Edwin Eugene “Buzz” Aldrin Jr. Depois disso, mais dez pessoas, em cinco missões, chegaram ao nosso satélite natural, de acordo com a NASA.

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Missões e astronautas que desceram na Lua:
  1. Julho de 1969 – Missão Apollo 11 – Neil Armstrong e Edwin Eugene “Buzz” Aldrin Jr.
  2. Novembro de 1969 – Missão Apollo 12 – Charles “Pete” Conrad e Alan Bean
  3. Fevereiro de 1971 – Missão Apollo 14 – Alan Shepard e Edgar Mitchel
  4. Julho de 1971 – Missão Apollo 15 – David Randolph Scott e James Irwin
  5. Abril de 1972 – Missão Apollo 16 – John Watts Young e Charles Duke
  6. Dezembro de 1972 – Missão Apollo 17 – Eugene Cernan e Harrison Schimitt

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Arminianismo

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O arminianismo é uma escola de pensamento soteriológica (doutrina da salvação), baseada sobre ideias do holandes Jacobus Arminius (1560 - 1609) e seus seguidores históricos, os remonstrantes. A aceitação doutrinária se estende por boa parte do cristianismo desde os primeiros argumentos entre Atanásio e Orígenes, até a defesa de Agostinho de Hipona do "pecado original." O arminianismo holandês foi originalmente articulado na Remonstrância (1610), uma declaração teológica assinada por 45 ministros e apresentado ao estado holandês. O Sínodo de Dort (1618–19) foi chamado pelos estados gerais para mudar a Remonstrância. Os cinco pontos da Remonstrância afirmam que: 

a eleição (e condenação no dia do julgamento) foi condicionada pela fé racional ou não-fé do homem;
 a expiação, embora qualitativamente suficiente à todos os homens, só é eficaz ao homem de fé; 

sem o auxílio do Espírito Santo, nenhuma pessoa é capaz de responder à vontade de Deus;

 a graça é resistível; e 


os crentes são capazes de resistir ao pecado, mas não estão fora da possibilidade de cair da graça. 

O ponto crucial do arminianismo remonstrante reside na afirmação de que a dignidade humana requer a liberdade perfeita do arbítrio. Desde o século XVI, muitos cristãos incluindo os batistas (Ver A History of the Baptists terceira edição por Robert G. Torbet) tem sido influenciados pela visão arminiana. Também os metodistas, os congregacionalistas das primeiras colônias da Nova Inglaterra nos séculos XVII e XVIII, e os universalistas e unitários nos séculos XVIII e XIX.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Sínodo de Dort

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. 
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O Sínodo de Dort (também conhecido como o Sínodo de Dordt ou Sínodo de Dordrecht) foi um sínodo nacional que teve lugar em Dordrecht, na Holanda, de 1618 a 1619 pela Igreja Reformada Holandesa, com o objectivo de regular uma séria controvérsia nas Igrejas Holandesas iniciada pela ascensão do arminianismo. A primeira reunião do sínodo foi tida a 13 de novembro de 1618 e a última, a 154ª foi a 9 de maio de 1619.

Foram também convidados representantes com direito de voto vindos de oito países estrangeiros. O nome "Dort" era um nome usado na altura em inglês para a cidade holandesa de Dordrecht. O sínodo decidiu pela rejeição das ideias arminianas, estabelecendo a doutrina reformada em cinco pontos: depravação total, eleição incondicional, expiação limitada, vocação eficaz (ou graça irresistível) e perseverança dos santos. 

Estas doutrinas, descritas no documento final chamado Cânones de Dort, são também conhecidas como os Cinco pontos do calvinismo.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Semana de Arte Moderna 1922

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A Semana de Arte Moderna, também chamada de Semana de 22, ocorreu em São Paulo, entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal da cidade. O governador do estado de São Paulo da época, Washington Luís, apoiou o movimento, especialmente por meio de René Thiollier, que solicitou patrocínio para trazer os artistas do Rio de Janeiro: 

*
Plínio Salgado e Menotti Del Picchia, membros de seu partido, o Partido Republicano Paulista. Cada dia da semana trabalhou um aspecto cultural: pintura, escultura, poesia, literatura e música. O evento marcou o início do modernismo no Brasil e tornou-se referência cultural do século XX. 

 A Semana de Arte Moderna representou uma verdadeira renovação de linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora da ruptura com o passado e até corporal, pois a arte passou então da vanguarda para o modernismo. O evento marcou época ao apresentar novas ideias e conceitos artísticos, como a poesia através da declamação, que antes era só escrita; a música por meio de concertos, que antes só havia cantores sem acompanhamento de orquestras sinfônicas; e a arte plástica exibida em telas, esculturas e maquetes de arquitetura, com desenhos arrojados e modernos. Participaram da Semana nomes consagrados do modernismo brasileiro, como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Víctor Brecheret, Plínio Salgado, Anita Malfatti, Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida, Sérgio Milliet, Heitor Villa-Lobos,Tácito de Almeida, Di Cavalcanti entre outros, e como um dos organizadores o intelectual Rubens Borba de Moraes que, entretanto, por estar doente, dela não participou. 

Na ocasião da Semana de Arte Moderna, Tarsila do Amaral, considerada um dos grandes pilares do modernismo brasileiro, se encontrava em Paris e, por esse motivo, não participou do evento. Muitos dos idealizadores do evento eram quatrocentões. 
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*FOTO : Mário de Andrade (primeiro à esquerda, no alto), Rubens Borba de Moraes (sentado, segundo da esquerda para a direita) e outros modernistas em 1922, dentre os quais (não identificados) Tácito, Baby, Mário de Almeida e Guilherme de Almeida e Yan de Almeida Prado

O DIA QUE O ROCK MORREU

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No dia 3 de fevereiro de 1959, parte da história do rock ‘n roll acabava de forma trágica e precoce. O avião que levava Ritchie Valens, Buddy Holly e Big Bopper caiu por conta de uma tempestade e matou todos os ocupantes. Com isso, a música em geral perdeu três grandes nomes e o acontecimento foi, em parte, responsável para o que ocorreria com o rock nos anos 60.
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Há mais de 50 anos o rock and roll vivia sua primeira grande tragédia. Após um show em Clear Lake, Iowa, EUA, os cantores Buddy Holly, Ritchie Valens e J. “The Big Bopper” Richardson morriam num desastre de avião. Apelidado de “o dia em que a música morreu”, o evento marcou toda uma geração, sendo citado em filmes como “American Hot Wax” (1978), “The Buddy Holly Story” (1978) e “La Bamba” (1987), e no sucesso de 1971 “American Pie”, do cantor Don McLean, regravado por Madonna em 2000. Mais do que uma simples tragédia, a data marcou o fim da era de ouro do rock and roll. 
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O gênero já estava desfalcado: no final de 1957, Little Richard havia renegado a carreira musical para se tornar pastor evangélico. 

No ano seguinte, Jerry Lee Lewis cairia em desgraça após se casar com uma prima de 13 anos de idade e Elvis Presley seria convocado para o serviço militar. Com a morte repentina de Holly, Valens e Richardson então, foi como se três pregos entrassem de uma vez no caixão do rock. A partir daí, o estilo passaria por uma fase árida, marcada por ídolos adolescentes inofensivos, que se encerraria apenas em 1964, com a conquista da América pelos Beatles e outros grupos ingleses.

Aos 22 anos, o texano Buddy Holly já havia se tornado um dos primeiros artistas a compor, gravar e produzir seus próprios discos, o que lhe prometia uma longa carreira. Além disso seria uma das principais influências para a geração britânica que revolucionaria a música pop nos anos 60. Os Beatles tiraram seu nome (“os besouros”) da banda de apoio de Holly, The Crickets (“os grilos”), além de terem se inspirado nele quando decidiram compor suas próprias canções. 

Um dos primeiros sucessos dos Rolling Stones foi um cover do cantor, “Not Fade Away”. Sem falar na banda The Hollies, outro grande sucesso inglês da década. Ritchie Valens, morto aos 17 anos, era um dos novos nomes que surgiam no cenário pop da época. Conhecido por clássicos como “La Bamba” e “Donna”, foi o primeiro astro chicano do rock, vindo a inspirar gerações de músicos hispânicos nos Estados Unidos. 

Sua vida foi retratada no filme “La Bamba”, de 1987. O menos lembrado dos três, J.P. “The Big Bopper” Richardson, era um carismático disc jockey e compositor que já havia escrito hits para outros artistas e se lançara recentemente como cantor com a divertida “Chantilly Lace”. Richardson já era conhecido por façanhas como ter quebrado o recorde de permanência no ar, quando discotecou numa rádio por 5 dias seguidos em 1957 e em 1958 criaria um dos primeiros videoclipes da história, para “Chantilly Lace”.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

História da geometria

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Geometria (do grego antigo: γεωμετρία; geo- "terra", -metron "medição") surgiu como o campo do conhecimento lidando com as relações espaciais. A geometria era um dos dois campos da matemática pré-modernas, o outro sendo o estudo dos números (aritmética). Geometria clássica foi focada nas construções com régua e compasso. 
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A geometria foi revolucionada por Euclides, que introduziu o rigor matemático e o método axiomático ainda em uso hoje. Seu livro, Os Elementos é amplamente considerado o livro mais influente de todos os tempos, e era conhecido por todas as pessoas educadas no Ocidente até a metade do século XX. 

 Nos tempos modernos, conceitos geométricos foram generalizados para um alto nível de abstração e complexidade, e foram submetidos aos métodos de cálculo e álgebra abstrata, de modo que muitos ramos modernos do campo são quase irreconhecíveis como os descendentes da geometria primordial.

SÍNDROME DE ESTOCOLMO

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Em uma manhã de agosto de 1973, dois assaltantes invadiram um banco, o “Sveriges Kreditbank of Stockholm”, em Estocolmo, Suécia. Após a chegada da polícia, resultando em uma considerável troca de tiros, tal dupla transformou em reféns, por seis dias, quatro pessoas que ali se encontravam. 
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 Ao contrário do que se poderia imaginar, quando os policiais iniciaram suas estratégias visando à libertação dos reféns, esses recusaram ajuda, usaram seus próprios corpos como escudos para proteger os criminosos e, ainda, responsabilizaram tais profissionais pelo ocorrido. 

Um deles foi ainda mais longe: após sua libertação, criou um fundo para os raptores, com o intuito de ajudá-los nas despesas judiciais que estes teriam, em consequência de seus atos.
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segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Contracultura

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Surgida nos Estados Unidos na década de 1960, a contracultura pode ser entendida como um movimento de contestação de caráter social e cultural. Nasceu e ganhou força, principalmente entre os jovens desta década, seguindo pelas décadas posteriores até os dias atuais. 
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  De um modo geral, podemos citar como características principais deste movimento, nas décadas de 1960 e 1970:
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- valorização da natureza; 
 - vida comunitária; - luta pela paz (contra as guerras, conflitos e qualquer tipo de repressão); 
 - vegetarianismo: busca de uma alimentação natural; - respeito às minorias raciais e culturais; 
 - experiência com drogas psicodélicas, - liberdade nos relacionamentos sexuais e amorosos, 
 - anticonsumismo - aproximação das práticas religiosas orientais, principalmente do budismo,
 - crítica aos meios de comunicação de massa como, por exemplo, a televisão,
 - discordância com os princípios do capitalismo e economia de mercado.
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 Os precursores da revolução contracultural foram os chamados beatniks, cuja característica mais importante foi o inconformismo com a realidade do começo da década de 1960. Os líderes do movimento beatnik, que serviu de base para o movimento hippie, foram Jack Kerouac, Allen Ginsberg e William Burroughs. 
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 Na segunda metade dos anos 60, Ken Kesey, Alan Watts, Timothy Leary e Norman Brown criaram a teoria e práxis contracultural, ganhando destaque e transformando-se nas lideranças do movimento. Com relação ao mundo musical, podemos citar a cantora Janis Joplin como o símbolo deste movimento na década de 1960. As letras de suas canções e seu estilo fugiam do convencional, criticando, muitas vezes, o padrão musical estabelecido pela cultura de massa. 

Os músicos Jim Morrison e Jimi Rendrix também se encaixam neste contexto cultural. Atualmente a contracultura ainda vive, porém esta preservada em pequenos grupos sociais e artísticos que contestam alguns parâmetros estabelecidos pelo mercado cultural, governos e movimentos tradicionalistas.
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Paulo Tertulino "o homem que ousou" escrever quatro livros em Cianorte PR


Paulo Antonio Tertulino é um jornalista em Cianorte Paraná.Tertulino é natural de Valparaíso/SP(1956) ,  atua no jornalismo há mais de três décadas. Paulo atuou como jornalista em Naviraí/MS , Cascavel e Goierê/PR. 

Em Cianorte atuou também na Tribuna , Folha Regional e Opinião Popular.  Atuou na literatura tendo quatro livros publicados   - Guerra sem guerrilha , Reverso , Guaindê e Perfume lançado ao vento. Atua no jornalismo cianortense desde 1961.

Tem na prosa seu ponto forte , com um texto, muito bem definido de qualidade “muitas das vezes” literária . Tem como ponto alto a importância da preservação do jornalismo responsável e ético. Notável apreciador de literatura universal , tendo como preferência Fiodor Mikhailovich Dostoievski  uma das maiores personalidades da literatura russa.Torcedor do Santos FC e dono de um estilo catedrático Paulo já passou por todas as vertentes do jornalismo , desde o impresso à web.

Fotos : facebook ,  e  logo abaixo ao lado do filho caçula,  César Augusto.

domingo, 23 de outubro de 2016

Qual é o significado da palavra Aleluia?

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A palavra Aleluia está marcada e impressa em nosso celebro, pois nascemos ouvindo, em leituras da Bíblia em preces de louvor, em cantos e hinos. Nada mais justo buscarmos a correta compreensão que ela possui. Para a pergunta já tem muita coisa escrita, vamos colaborar contigo com mais uma resposta. Esta será resumida, apresentando alguns pontos importantes, o teu interesse deve continuar, lendo, orando, estando perto do Senhor! 
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Aleluia significa Louvem Deus Javé ou Adorem Deus Javé. É um termo de origem hebráica "Halleluyah", formado pela junção de Hallelu, que significa Louvar, mais Yah que significa Deus, Javé. Portanto Aleluia é um elogio ao Deus, Javé.
Significados

sábado, 22 de outubro de 2016

Macabeus

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O Primeiro Livro dos Macabeus, também conhecido como I Macabeus, é um dos livros deuterocanônicos do Antigo Testamento da Bíblia católica. Possui 16 capítulos. Vem depois do livro de Ester e antes de II Macabeus. Os dois livros dos Macabeus são assim denominados por causa do apelido do mais ilustre filho de Matatias, Judas chamado o Macabeu (I Mc 2,4) ("Martelo"). 

 Tais livros não constam na Bíblia Hebraica e são considerados apócrifos pelos judeus e pelas Igrejas protestantes. Na Igreja Católica Apostólica Romana, Ortodoxa e Anglicana porém, foram incluídos nas listas dos sete livros deuterocanônicos. Ambos os livros foram transmitidos em grego, mas o Primeiro Livro dos Macabeus teria sido originalmente escrito em hebraico por no início do século I AC, mas o original se perdeu. 

Tal datação tem como base as últimas linhas do livro (I Mc 16:23-24), que indicariam que o livro não foi escrito antes do final do reinado de João Hircano, mas provavelmente pouco depois de sua morte, por volta de 100 AC. 

 O tema geral dos dois livros é o mesmo: descrevem as lutas dos judeus, liderados por Matatias e seus filhos, contra os reis sírios (selêucidas) e seus aliados judeus, pela libertação religiosa e política da nação, opondo-se aos valores do helenismo. O Primeiro Livro dos Macabeus ocupa-se de um período mais amplo da guerra de libertação do que o Segundo Livro dos Macabeus. Começa com a perseguição de Antíoco Epífanes (175 a.C.) e vai até a morte de Simão (134 a.C.), o último dos filhos de Matatias. 

 Depois de uma breve introdução sobre os governos de Alexandre Magno e seus sucessores (1,1-9), o autor passa a mostrar como Antíoco Epífanes tenta introduzir à força os costumes gregos na Judeia (1,10-63). Descreve a revolta de Matatias (2,1-70), cuja bandeira da libertação passa primeiro a Judas Macabeu (3,1-9,22), depois a seu irmão Jônatas (9,23-12,53) e por fim a Simão (13,1-16,24). 

 Graças a estes três líderes, a liberdade religiosa é recuperada, o país torna-se independente por um breve período e o povo torna a gozar de paz e tranqüilidade. 

 Embora não faça parte da Bíblia Hebraica, os dois livros são muito estimados dentro do judaísmo e de grande valor para a história dos israelitas, além de serem utilizados como fontes de consulta pelos teólogos protestantes, sendo considerado uma prova do cumprimento das profecias do livro de Daniel. O livro identifica religião e patriotismo, descrevendo a revolta como verdadeira guerra santa, abençoada pelo próprio Deus, que não abandona os que lutam para ser fiéis a ele (2,61; 4,10). 

É um convite para encarnar a fé em ação política e revolucionária contra as tiranias. Ao invés de ser concebida como refúgio seguro fora do mundo, a fé se torna fermento libertador, que provoca transformações dentro da história e da sociedade. Sobretudo, mostra que um povo, por mais fraco que pareça, jamais deve se conformar diante da prepotência dos poderosos.
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Pra pensar!

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"Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças." 
Charles Darwin

Macabeus

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Com o título de MACABEUS são designados dois livros que fazem parte da Sagrada Escritura, embora sejam conhecidos mais dois com este nome na antiga literatura judaica. Nos primeiros séculos da Igreja, houve algumas dúvidas em considerá-los parte do Cânone. De fato, não constam no Cânone da Bíblia Hebraica dos judeus palestinenses; mas fazem parte da Bíblia do judaísmo de Alexandria. 
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Este fato veio a criar, por parte das igrejas protestantes, uma atitude de reserva para com eles; quanto aos outros dois, cedo lhes foi recusada a classificação de livros bíblicos, tanto pelos judeus como pelos cristãos. 
NOME Chamam-se MACABEUS, não porque tal fosse o nome do seu autor, mas porque Judas - o protagonista dos principais acontecimentos narrados nos dois livros - foi denominado "Macabeu". Porém, foi São Clemente de Alexandria (séc. III d.C.) quem, pela primeira vez, lhes atribuiu esse título, que se tornou corrente na tradição cristã. Muito provavelmente, com esse nome ter-se-á querido salientar a missão que Deus, Senhor da História, quisera confiar a Judas Macabeu. 

De fato, o termo "macabeu" aparece em Is 62,2 com o significado de "designado de Deus", que corresponde perfeitamente à qualidade de chefe com que Judas é descrito em 2 Mac 8,1-7. Também é muito semelhante ao que se diz dos chefes carismáticos do período dos Juízes e ao papel dos que têm a missão de libertar o povo de um poder político ou de uma cultura que não respeita a fé de Israel. 

AUTOR E MENSAGEM 

O 1.° livro dos MACABEUS é obra de autor desconhecido, mas bom conhecedor da Palestina e imbuído da fé que caracteriza o povo eleito. É precisamente esta fé que o leva a narrar a História recente do seu povo, para impedir os seus irmãos de raça de serem infiéis à aliança. No horizonte, está o confronto entre a fé de Israel e os novos modos de viver da cultura helenística, em que o judaísmo da diáspora se encontra. Para responder a essa situação concreta e precaver da traição à fé, o autor vai buscar este período histórico e os modelos de fé nele encontrados. Tocado pela dura experiência do tempo do domínio selêucida, com Antíoco IV Epifânio à cabeça, volta-se para a raiz da fé, que é a aliança do Sinai, e diz ao povo: 

"Deus está sempre atento e vai fazer surgir homens corajosos e determinados, para resistirmos à imposição dos valores culturais que ameaçam as atitudes de vida exigidas pela aliança". Por isso, mais que descrever objetivamente o que fizeram esses homens, o autor preocupa-se em mostrar como, por atitudes idênticas às deles, o povo fiel pode continuar a viver a sua fé no Deus único e a manter a sua identidade nacional. 

GENERO LITERÁRIO 

Os dois livros dos MACABEUS são históricos, segundo os critérios historiográficos da época, e com uma acentuada preocupação religiosa e edificante. Mais que uma narração objetiva dos acontecimentos do mesmo período, nem sempre concordantes, porque entre si distintos e independentes, assemelham-se a dois evangelhos sinópticos: o 1.° livro abrange o período que vai de 175 a.C. a 134 a.C. (subida ao trono de João Hircano); o 2.° livro cobre o período de 175 a.C. a 160 a.C. (morte de Nicanor). 

DIVISÃO E CONTEÚDO 

A narração dos acontecimentos está distribuída em quatro blocos: no primeiro traça-se o ambiente político e cultural criado por Alexandre Magno, que origina a revolta dos Macabeus (1,1-2,70); no segundo narram-se os feitos gloriosos de Judas Macabeu (3,1-9,22); no terceiro descrevem-se os feitos de Jonatas (9,23-12,54) e, no quarto, os feitos do Sumo Sacerdote Simão, fundador da dinastia dos Hasmoneus (13,1-16,24). 

O seu conteúdo poderá ser divido nas quatro partes que apresentamos a seguir: 
I. Ambiente político e revolta de Matatias (1,1-2,70): Alexandre Magno (1,1-9); Antíoco Epifânio (1, 10-40); perseguição religiosa (1,41-64); feitos de Matatias (2,1-70). 
 II. Judas Macabeu (3,1-9,22): primeiras vitórias de Judas (3,1-4,35); purificação do templo (4,36-61); guerra contra os povos vizinhos (5); morte de Antíoco na Pérsia (6,1-17); Antíoco Eupátor ataca a Judeia e faz a paz com os judeus (6,18-63); Demétrio, sucessor de Eupátor, declara guerra a Judas Macabeu (7); Judas Macabeu alia-se aos romanos (8); morte de Judas Macabeu (9,1-22). 
 III. Feitos de Jonatas, sucessor de Judas Macabeu (9,23-12,54): modificação da situação dos judeus (9,23-73); Jónatas aproveita-se da guerra civil dos sírios (10); confirmação da situação de Jónatas (11); aliança com os romanos e com os espartanos (12,1-23); Jónatas em poder de Trifon (12,24-54). IV. Simão, príncipe do povo judeu (13,1-16,24): Simão procura resgatar seu irmão (13,1-32); Simão assegura a liberdade do seu povo (13,33-53); Simão é aclamado príncipe do povo judeu (14); Antíoco Sidetes volta-se contra os judeus (15); morte de Simão (16).

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

THE BEATLES WHITE ALBUM : Trinta faixas que abalaram o mundo

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Gravado em meio a uma intensa crise dos Beatles, o célebre Álbum branco é o documento de época que melhor resume o espírito da revolução cultural de 1968, fazendo um levantamento geral da história do rock e prenunciando o que viria a surgir nas décadas seguintes As primeiras gravações dos Beatles, quando comparadas com as de inúmeros outros conjuntos de rock surgidos na Inglaterra no mesmo período, não parecem revelar nada de ex­cepcional. 
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Os arranjos vocais são talvez mais caprichados que o da maioria das outras bandas, mas a qualidade do instrumental não é muito superior à do Dave Clark Five; quanto à potência sonora, sempre um fator importante em se tratando de rock, o conjunto não se compara aos Rolling Stones ou a The Who; e sem dúvida nenhum dos seus vocalistas está no nível de Eric Bur­don dos Animals. 

No entanto, as primeiras apre­­ sentações do conjunto produziam no público – formado basicamente por adolescentes do sexo feminino – uma espé­cie de histeria coletiva. Houve quem tentasse explicar o fenômeno apontando para a presença em “I wanna hold your hand”, primeiro megassucesso do grupo, de uma passagem harmônica incomum na música de consumo, já que a pobreza da letra e da melodia não parecia conter nada que pudesse justificar tamanho entusiasmo. 

Fosse como fosse, a primeira turnê dos Beatles nos EUA, não muitos meses após o trauma nacional do assassinato de John Kennedy, encontrou entre os jovens norte-americanos uma recepção muito além do que parecia compreensível ou mesmo concebível. Em retros­pecto, tem­­se a impressão, por mais ilógica que seja, de que aquele primeiro público de algum modo adivinhava que os Beatles tinham algo de especial. Numa carreira que durou apenas oito anos, as realizações desses quatro músicos primitivos (o próprio Geor­ge Harrison se autoquali­ficou de “jungle musician”) foram de fato impressionantes.

 Os Beatles modificaram radi­calmente o rock e o próprio conceito de música popular, introduzindo no circuito do consumo informações oriundas da música erudita e da música oriental. Além disso, é bem provável que a popularização da música clássica indiana no Ocidente por eles provocada tenha sido uma das fontes que impulsionou o minima­lismo entre os compositores eruditos mais jovens. Foi também grande o impacto do conjunto sobre a indústria fo­nográfica: os Beatles estiveram entre os primeiros a gravar faixas que se estendiam muito além dos tradicionais três minutos, e devem-se também a eles a concepção do álbum duplo e a idéia de que a capa de um disco não precisa se limitar a reproduzir o retrato do artista sorridente, posando ao lado de seu instrumento. 

A revolução desencadeada pelo quarteto de Liverpool teve início, de modo cauteloso, em 1965, quando saíram o álbum Rubber Soul, de 1965, em que George trocou a guitarra elétrica por um sitar numa faixa (“Norwegian wood”), e o compacto Yesterday, com acompanhamento de orquestra de cordas. No ano seguinte saiu Revolver, um disco ainda mais experimental, com um solo de guitarra executado com a fita tocando ao contrário (“I’m only sleeping”). Como todos sabem, a grande ruptura foi o lançamento de Sergeant Pepper’s Lonely Hearts Club Band, em 1967, seguramente um dos álbuns mais importantes da história da música popular, sobre o qual muito já foi escrito. 

No entanto, revisitando o legado musical do conjunto mais de três décadas depois, constato que não vejo por que modificar a opinião formada há trinta e quatro anos: o melhor dos Beatles é o álbum duplo que traz a capa em branco e ostenta como no­me apenas as palavras The Beatles gra­­vadas em alto-relevo e que se tor­nou conhecido como The white album. 

Foi produzido em meio a uma intensa crise. No decorrer de seis meses de trabalho de estúdio, o conjunto chegou a se desfazer, porém as gravações continuaram; várias faixas foram concebidas e gravadas com a participação de apenas dois membros do conjunto, sem que os demais tomassem conhecimento do que estava sendo feito. John Len­non, Paul McCartney e George Harrison já estavam cada um procurando um caminho próprio: Lennon desenvolvia o som agressivo e visceral que culminaria com o álbum do “grito primal”; McCartney já praticava o multiinstrumen­talismo que exibiria em seu primeiro LP solo; e Harrison dava início a seu melhor período como compositor, que prosseguiria em Abbey Road, fecho de ouro dos Beatles, e floresceria pela última vez na sua obra-prima, o triplo All things must pass. 

O resultado final foi, como não podia deixar de ser, um álbum heterogêneo, descentrado, diferente de tudo o que os Beatles haviam feito até então. Logo no momento em que surgiu, parecia claro que aquele álbum imenso, com mais de hora e meia de duração, fazia uma espécie de levantamento geral da história do rock. O que ninguém podia imaginar, porém, é que ele continha também o prenúncio de boa parte do que viria a surgir nas décadas seguintes. É essa sua du­pla natureza, retrospectiva e pros­pe­ctiva, que torna o Álbum branco uma obra única. 


É claro que ele não poderia ter tido o impacto de Ser­geant Pepper: o caminho estava aberto, e tudo já se tornara possível num disco de rock. Também não tinha o acabamento formal irreto­cá­vel de seu ilustre antecessor, concebido co­mo uma espécie de suíte pop em treze movimentos; muito pelo contrário, suas trinta faixas são desconexas e desiguais em termos de qualidade, variando do extraordinário ao péssimo. Mas essa heteroge­neidade é precisamente um dos fatores que tornam o Álbum branco o documento de época que é: se tivéssemos de escolher um único artefato para resumir o que 1968 representou para uma parcela importante da juventude ocidental, esse disco seria talvez a melhor escolha. Não é por outro motivo que a ensaísta norte-americana Joan Didion escolheu The white album como título do livro em que tematiza 1968. Súmula do rock passado e futuro e mais completa tradução do ano que não terminou: vejamos de que modo o Álbum branco consegue ser tudo isso, examinando-o faixa a faixa, tal como ele se apresenta ao ouvinte. 


O primeiro disco tem início com um admirável pastiche de rock’n roll clássico assinado por McCartney, “Back in the U.S.S.R.”, alusão a “Back in the U.S.A.” de Chuck Ber­ry, em que referências à União Soviética substituem as originais, aos Estados Unidos. Fora a seqüência harmônica pouco ortodoxa no começo, tudo – a segunda parte, os riffs, o coro ao fundo, os jogos de palavras da letra – segue à risca a receita original; e o arranjo vocal lembra os Beach Boys gravando Chuck Berry, um pastiche de um pas­tiche. A segunda faixa, de Len­non, “Dear Prudence”, obedece à tradição presleyana de alternar rocks quentes com baladas mais suaves. Na terceira já entramos em território minado: em “Glass onion”, John Lennon retoma o clima entre transgres­sivo e nonsense de “I am the walrus”, realizando uma espécie de colcha de retalhos com fragmentos de letras e melodias de canções anteriores do conjunto. A faixa seguinte, “Ob-la-di, ob-la-da”, é de uma banalidade tão gritante que parece ter uma intenção satírica, impressão confirmada pelo final inesperado da letra: a idílica história de amor termina com uma inquietante troca de sexo do pai de família (na verdade, apenas um erro de Paul du­rante a gravação, que acabou sendo deixado na versão final, de propósito). “Wild honey pie”, uma brincadeira inconseqüente, funciona como introdução para outra melodia aparentemente infantil, desta vez de Lennon, “The con­tinuing story of Bungalow Bill”. Mas aqui desde o estribilho a intenção satírica é clara, e o tom da brincadeira um pouco mais pesado; Bungalow Bill e sua mãe são pessoas perigosamente violentas. O tema da não-violên­cia aqui introduzido reaparecerá diversas vezes ao longo das faixas, constituindo um dos poucos fios condutores deste álbum tão descosido. A primeira composição de Har­rison do disco, “While my guitar gen­tly weeps”, apesar de uma letra pouco inspirada, se destaca pela beleza da melodia e o apuro do instrumental; o requintado solo de guitarra surpreende o ouvinte já habituado às limitações técnicas de Har­rison (logo começarão a correr boatos, posteriormente confirmados, de que o verdadeiro autor do solo é Eric Clap­ton). O enlevo melódico é quebrado pela dissonância agressiva de “Hap­piness is a warm gun”, uma das canções mais cáusticas produzidas por Lennon até então, em que o tema da antivio­lência é retomado. O lado A do disco 1 se encerra com Lennon declamando, num tom quase libidinoso, versos que descrevem o contato sensual entre um dedo e um gatilho. Só ouvimos um quarto do álbum, mas já esta­mos muito longe do rock puro e nostálgico de Chuck Berry. A canção que abre o lado B, “Mar­tha my dear”, é mais uma balada edulcorada de Mc­Cartney, temperada com alguns toques de humor (que ficarão mais claros quando, em declarações à imprensa, o compositor explicar que Martha é o no­me de sua cadela). Seguindo a tradicional fórmula da dupla, o açúcar de McCartney é imediatamente seguido pela acidez de Lennon, em “I’m so tired”. A terceira faixa é uma pequena jóia: se “Back in the U.S.S.R.” é uma homenagem a Chuck Berry, “Blackbird” – discreto comentário de McCartney sobre a questão racial norte-americana – consegue recriar o idio­ma folk e a linguagem metafórica do primeiro Dylan, dos tempos de “Blowin’ in the wind”; mais uma vez, temos aqui pastiche de primeira qualidade. Logo a seguir, em “Pig­gies”, Harrison retoma o tom agressivo de Lennon, só que o alvo agora é a prática de comer carne, tratada como uma forma de canibalismo. O arranjo pseudobarroco, com cravo e cordas, e os porquinhos do início da letra parecem infantis, mas pouco a pouco a canção começa a des­cambar para um tom agressivamente grotesco. Temos aqui a mesma situação de “Bungalow Bill”, uma am­bigüidade que é mais uma das marcas do álbum: uma oscilação entre o anódino e o violento, entre uma certa doçura que de certo modo havia se tornado a marca registrada dos Beatles e um potencial subversivo, tra­dicio­nalmente atribuído a conjuntos que, como os Rolling Stones, ocupavam no imaginário do rock a versão atualizada do que fora, na década anterior, o estereótipo da “juventude transviada”. 



O humor meio non­sense de “Rocky Raccoon”, uma pa­ródia bem-humorada das baladas do velho Oeste, por um momento nos devolve ao mundo menos ameaçador dos Beatles açucarados dos discos anteriores. O clima country and western trans­­borda para a faixa seguinte, “Don’t pass me by”, única composição de Ringo Starr no disco: uma melodia pobre com arranjo óbvio e letra atroz. A voz de Ringo está mais áspera do que nunca, e a ocorrência final do estribilho se repete interminavelmente, culminando num sofrível solo de violino. De repente ir­rom­­pe a percussão de “Why don’t we do it in the road?”, uma curta vi­nheta de McCartney que parece aludir à revolução dos costumes do período – no ano seguinte, em Wood­stock, milhares de pessoas de fato “fariam na estrada”, mesmo com todo mundo olhando. 


Segue-se “I will”, uma canção curta de McCartney que parece conter, em menos de dois minutos, todos os clichês das baladas românticas de tantos lados B de compactos de rock. Enfim, para encerrar o lado, uma ou­tra balada suave, sur­preenden­te­mente assinada por Lennon, imi­tando o estilo meloso de McCartney, mas com excelentes resultados. 

Os fãs de carteirinha, identificando a “Julia” do título como a mãe que Lennon perdeu muito ce­do, compreendem que nesta faixa não há lugar para ironias nem grotesqueries. “Julia” é um momento raro de lirismo eficaz no Álbum branco. Até aqui, temos essencialmente um disco retrospectivo, marcado, como se viu, por uma atitude ambígua com relação à tradição do rock, ao mesmo tempo homenageada e parodiada. 


Mas o lado A do disco 2, o famoso “terceiro lado”, é um marco no percurso do rock. Não se pode dizer, é claro, que os Beatles tenham criado o hard rock – afinal, os Doors já haviam gravado seus primeiros discos, Jimi Hendrix tinha estreado, e o Cream se dissolvia no exato mês em que o Álbum branco era lançado. Ao enveredar por uma sonoridade mais pesada, porém, os Beatles (cujo som, como alguns roqueiros ra­dicais comentavam com uma ponta de desdém, não tinha “peso”) reforçaram a nova tendência com sua imensa autoridade. Neste lado temos um vislumbre do rock dos anos 70, o rock que virá se afirmar com o esgotamento do progressive (o qual, por sua vez, descende diretamente de Sergeant Pepper). Na primeira faixa, “Birth­day”, “peso” é o que não falta; e logo em seguida, em “Yer blues”, a voz e a interpretação de Lennon contêm uma aspereza e uma agressividade que prenunciam o estilo que, oito anos depois, seria rotulado pela crítica de punk rock. Após mais uma balada suave, “Mother Nature’s son” – uma das raras composições do disco em que de fato Lennon e Mc­Cartney colaboraram –, a pauleira recomeça: Lennon, com aquela nova voz esganiçada, quase histérica, quase desafinada, cospe a letra desconexa de “Everybody’s got something to hide except for me and my monkey” e arranca da guitarra alguns riffs magníficos em sua simplicidade. Mais uma vez obedecendo à alter­nância rock/balada, temos depois “Sexy Sadie”, uma melodia suave, har­monicamente estranha, com uma letra cifrada em que Lennon (mas isso só se ficou sabendo depois) se des­pede com ironia do Maharishi, o guru de pés de barro que ele e Har­rison seguiram por algum tempo. 


Em seguida, a faixa crucial do lado, talvez de todo o álbum: “Hel­ter skelter”. Como se para calar de uma vez por todas a afirmação de que seu som não teria “peso”, os Beatles levam aqui ao paroxismo o rock-pau­leira, com uma percussão obstinada, uma versão demoníaca da “muralha de som” aperfeiçoada por Phil Spector no início da década. O efeito é de pesadelo; a faixa pa­rece durar bem mais dos que os quatro minutos e meio de tempo real; finalmente a música morre aos poucos, mas em seguida recomeça, com a mesma cadência implacável, para minguar outra vez e mais uma vez, a última, ressurgir, com o grito final de Ringo: “I got blisters on my fingers” (“Meus dedos estão cheios de bolhas”). 


Quando, pouco depois, Char­les Manson e seu bando de assassinos enlouquecidos rabiscaram “HEL­TER SKELTER” na parede do apar­tamento onde cometeram sua chacina gratuita, os Beatles ficaram mortificados; mas de algum modo a escolha parecia apropriada. Anos mais tarde os críticos apontariam essa faixa, ao lado de gra­vações contemporâneas dos Doors e “In-a-gadda-da-vida” do Iron Butterfly, como a semente do que veio a se chamar de heavy metal. Não é por menos que a canção seria regra­vada nas décadas seguintes por uma penca de conjuntos, do Aerosmith ao U2, passando por Motley Crüe e Siouxsie and the Banshees. Depois da explosão de “Helter skelter”, a suave “Long long long” de Harri­ son, que fecha o lado, passa quase despercebida. 


O último lado do álbum começa com “Revolution 1”, que causou certa decepção aos fãs na época. Uma gravação alternativa de “Revolu­tion”, em ritmo mais acelerado e com mais “peso”, tinha feito sucesso ao ser lançada em compacto alguns meses antes. Mas havia também um outro motivo para decepção: os Beatles, que conseguiam captar o espírito rebelde de 1968 com tanto brilho em tantas canções, ao tema­tizar a revolução de modo explícito nesta letra chegam a um resultado um tanto morno. 


Na verdade, não há contradição entre a letra de “Re­volu­tion” e as posições pacifistas e não-vio­lentas defendidas por Len­non e Har­rison em diversas oportunidades; mas no clima de radicalismo teatral que se sucedeu aos conflitos de maio em Paris, afirmações como “We all want to change the world / But when you talk about des­truction/ Don’t you know you can count me out?” (“Todos nós queremos mu­dar o mundo/ Mas quan­do você fala sobre destruição/ Não vê que estou fora dessa?”) iam a contra­pelo da sensibilidade da época. A faixa seguinte vira as costas para o momento histórico: “Honey pie” é uma das muitas composições de McCartney que nada devem ao rock, dando a impressão de pertencerem a uma Inglaterra antiga, meio mítica, impressão realçada, na introdução da faixa, pelo engenhoso efeito de disco de 78 rotações arranhado. Na faixa seguinte, “Savoy truffle”, um rock agitado, Harrison constrói toda uma letra em cima da descrição de uma caixa de bombons, com alguns toques eróticos e private jokes (inclusive uma referência, discretamente crítica, a “Ob-la-di, ob-la-da”, gravada três meses antes). “Cry baby cry”, de Lennon, apesar do clima de contos de fada, com reis e duquesas, pode ser lida também como uma crítica sutil ao cotidiano indolente e fútil da nobreza da Inglaterra (todos ainda se lembram da ocasião em que Lennon, quando o conjunto se apresentava a um público aristocrático, pediu à platéia que aplaudisse e acrescentou: “Vocês nos camarotes, é só sacudir as jóias.”). Tudo parece indicar que o Álbum branco caminha para um final tranqüilo, após a explosão do terceiro la­do. 


No entanto, a penúltima faixa, a mais longa de todas, contraria todas as expectativas. À medida que o enigmático verso final de “Cry baby cry” (“can you take me where I came from, brother can you take me back?”) vai morrendo aos poucos, ouve-se uma voz masculina repetindo “Number nine, number nine”, e tem início a faixa mais estranha até então incluída num disco de música popular. “Re­volution 9” é música concreta, um tipo de criação musical que não era mais nenhuma novidade no final dos anos sessenta; mas sua inclusão num álbum de rock era uma temeridade. Logo veio à tona que a faixa fora uma imposição de Lennon, contra a oposição acirrada de McCartney e do arranjador e mentor musical do grupo, George Martin; acabou saindo como um gesto de desafio do mais rebelde dos Beatles, aparentemente um cor­po estranho no disco. Porém em 1968, passado o espanto inicial, “Revolution 9” pareceu a muitos mais afinado com o espírito geral do Álbum branco e do momento histórico do que “Revolution 1”. 

Numa colcha de retalhos sonora que evoca aquelas co­lagens visuais de manchetes de jornais e fotos de revistas com que tantos adolescentes da época enfeitavam seus fichários escolares, entra um pouco de tu­do: programas de rádio, clichês cinematográficos, trechos de estudos para piano, gritos, risos, música de igreja, até mesmo uma espécie de slogan gritado em coro que logo foi identificado – seria a Guarda Vermelha chinesa entoando o nome do Grande Timoneiro. 


De certo modo, é o clima de “Helter skelter” outra vez, só que sem recorrer ao idioma do rock, um pandemônio desconexo que é talvez o retrato sonoro mais perfeito de 1968. Após essa faixa longuíssima, em que os Beatles parecem estar exigindo de seu público mais do que qualquer músico popular jamais ousou fazer, como terminar o álbum? Da ma­neira mais inesperada possível, é claro. “Good night” é o final perfeito para o disco mais caótico e heterogêneo do rock: uma balada melosa (teria sido composta por Lennon para seu filho como um acalanto, com intenção de parodiar o estilo de Paul), com uma melodia repe­titiva, uma letra da mais perfeita obviedade, uma or­ques­tração que leva o kitsch ao paroxismo – violinos, violonce­los e um diáfano coro feminino – e, no primeiro plano, a voz áspera e desagradável de Ringo Starr, sem tentar em absoluto disfarçar o pesado sotaque de proletário de Liverpool, num total descom­passo com o acompanhamento; o efeito geral é o de um estivador desajeitado manuseando uma coleção de bi­belôs frágeis e ridículos. 


Quando a faixa parece chegar ao fim, temos uma pequena modulação harmônica, e o que era apenas mau gosto se torna grotesco: a canção recomeça, agora em tempo de valsa! É um toque magistral. Por fim, enquanto a orquestra sai de cena num dimi­nuendo melífluo, cheio de ar­pejos, Ringo se despede do respeitável público – que, como ele bem sabe, incluirá dezenas de milhões de pessoas em todo o mundo assim que o disco chegar às lojas, quatro meses após essa sessão de estúdio – com um cochicho teatral: “Good night good night everybody/ Everybo­dy every­where/ Good night.” 
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Paulo Henriques Britto poeta e professor de tradução na PUC–RJ, é autor dos livros de poemas Liturgia da Matéria (Civilização Brasileira), Mínima lírica (coleção Claro Enigma) e Trovar claro (Companhia das Letras). O autor gostaria de agradecer a Lizzie Bravo e Santuza C. Naves pelas sugestões e correções.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

O que é Calvinismo?

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O Calvinismo (também conhecido como Fé Reformada, Confissão Reformada ou Teologia Reformada) é tanto um movimento religioso protestante quanto uma ideologia sociocultural com raízes na Reforma Protestante iniciada por João Calvino em Genebra no século XVI.

A Teologia Reformada foi desenvolvida também por diversos outros teólogos como Martin Bucer, Heinrich Bullinger e Ulrico Zuínglio. Apesar disso, a Fé Reformada costuma levar o nome de Calvino por ter sido ele seu principal expoente.

É o resultado de uma evolução independente das ideias protestantes no espaço europeu de língua francesa, surgindo sob a influência do exemplo que na Alemanha a figura de Martinho Lutero tinha exercido. A expressão "Calvinismo" foi aparentemente usada pela primeira vez em 1552, numa carta do pastor luterano Joachim Westphal, de Hamburgo.

Em algumas regiões da Europa o Calvinismo ganhou diferentes nomes. Na Escócia, os calvinistas ficaram conhecidos como presbiterianos; na França como huguenotes; e na Inglaterra foram chamados de puritanos.

Entre os mais famosos calvinistas da história, destacam-se o pastor batista Charles Haddon Spurgeon, tido como o "príncipe dos pregadores", o reavivalista Jonathan Edwards, e os teólogos Abraham Kuyper e Gordon Clark.

Atualmente, o termo Calvinismo também se refere às doutrinas e práticas das Igrejas Reformadas. O sistema costuma ser resumido através dos chamados Cinco Pontos do Calvinismo, elaborados durante o Sínodo de Dort realizado na Holanda, entre 1618 e 1619, como uma resposta aos Cinco Pontos do Arminianismo.

Os Cinco Pontos do Calvinismo são conhecidos pelo acróstico TULIP:
T-otal Depravity (Depravação Total)
U-nconditional Election (Eleição Incondicional)
L-imited Atonement (Expiação Limitada)
I-rresistible Grace (Graça Irresistível)
P-erseverance of the Saints (Perseverança dos Santos)
Por este motivo, a tulipa é frequentemente utilizada como flor símbolo do Calvinismo.

Todo o sistema teológico, assim como as práticas da igreja, família e vida política, todas elas englobadas no que costumeiramente denomina-se de "Calvinismo", são o resultado de uma consciência religiosa fundamental centrada na soberania de Deus.

O Calvinismo pressupõe que o poder de Deus tem um alcance total de atividade e resulta da convicção de que Deus trabalha em todos os domínios da existência, incluindo o espiritual, físico, intelectual, quer seja secular ou sagrado, público ou privado, no céu ou na terra.

De acordo com este ponto de vista, qualquer ocorrência é o resultado do plano de Deus, que é o criador, preservador, e governador de todas as coisas, sem exceção, e que é a causa última de tudo. As atividades seculares não são colocadas abaixo da prática religiosa. Pelo contrário, Deus está tão presente no trabalho de cultivar a terra ou apontar um lápis quanto no ato de orar ou na prática de ir ao culto. Para o cristão calvinista, toda a sua vida é um culto a Deus.

Segundo a Bíblia, por causa dos pecados do homem, ele perdeu as regalias que possuía e distanciou-se de Deus. Desta forma, o homem é considerado "espiritualmente morto" para as coisas de Deus e é dominado por uma indisposição para servi-lo.

Só resta, então, uma maneira de resolver esse problema: o próprio Deus reatando os laços. Deus então, segundo a doutrina bíblica da predestinação, escolheu alguns dos seres humanos caídos para salvar da pecaminosidade e restaurar para a comunhão com Ele. Deus tomou esta decisão antes da criação do Universo, não por causa de quaisquer boas ações que tenha previsto nos eleitos, mas por Sua única e exclusiva graça:

"Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isso não vem de vós; é dom de Deus; não vem de obras, para que ninguém se glorie."
(Efésios 2:8,9)

O Calvinista é, por definição, um profundo conhecedor da Bíblia, que pondera todas as suas ações pela sua relação com Deus. Costuma ser austero e disciplinado, e rejeita luxo e esbanjamento. A ética no trabalho é também uma marca do Calvinismo.

Baseados na leitura do livro "A ética protestante e o espírito do capitalismo", do sociólogo alemão Max Weber, muitos estudiosos atribuem a Calvino a invenção do capitalismo. Porém, o capitalismo é um conceito que não pertence aos tempos da Reforma Protestante, tendo sido definido em época posterior.

O Calvinismo defende uma Teologia Aliancista e os Sacramentos como meio de graça, sendo eles a Santa Ceia e o Batismo.

Entre os principais teólogos e pregadores calvinistas da atualidade, destacam-se John Piper, Paul Washer, R.C. Sproul, John MacArthur, Vincent Cheung e os brasileiros Augustus Nicodemus e Davi Charles Gomes, entre outros.

As maiores igrejas de tradição calvinista no Brasil são a Igreja Presbiteriana no Brasil, a Igreja Anglicana Reformada do Brasil e a União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil.

Nos últimos tempos o Calvinismo tem alcançado muito espaço no Brasil devido ao trabalho de grandes editoras, escolas teológicas e diversos sites e blogs da internet que tem disponibilizado conteúdo teológico reformado de qualidade.

As principais obras teológicas de referência do Calvinismo são "As Institutas da Religião Cristã", de João Calvino, "Uma Defesa do Calvinismo", de Charles Haddon Spurgeon, "Calvinismo", de Abraham Kuyper e a Bíblia de Estudos de Genebra.

Com informações de Monergismo, Wikipedia, Brasil Escola e Portal Mackenzie.

PUBLICADO POR : http://www.internautascristaos.com

Existencialismo

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Nascido no século XIX, através das idéias do filósofo dinamarquês Kierkegaard, esta vertente filosófica e literária conheceu seu apogeu na década de 50, no pós-guerra, com os trabalhos de Heidegger e Jean-Paul Sartre. A contribuição mais importante desta escola é sua ênfase na responsabilidade do homem sobre seu destino e no seu livre-arbítrio. 
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 Para os existencialistas, a existência tem prioridade sobre a essência humana, portanto o homem existe independente de qualquer definição pré-estabelecida sobre seu ser. Assim, não há uma inquietação relativa aos postulados produzidos pela Ciência ou às especulações metafísicas, e sim no que se refere ao sentido da existência. 

Daí a predominância de elementos da Fenomenologia de Husserl – movimento que procura compreender os fenômenos tais como eles parecem ser, sem depender do real conhecimento de sua natureza essencial – nesta corrente filosófica, já que ambas privilegiam a vivência subjetiva em detrimento da realidade objetiva. 

 O existencialismo pressupõe que a vida seja uma jornada de aquisição gradual de conhecimento sobre a essência do ser, por esta razão ela seria mais importante que a substância humana. Seus seguidores não crêem, assim, que o homem tenha sido criado com um propósito determinado, mas sim que ele se construa à medida que percorre sua caminhada existencial. Portanto, não é possível alcançar o porquê de tudo que ocorre na esfera em que vivemos, pois não se pode racionalizar o mundo como nós o percebemos. Esta visão dá margem a uma angústia existencial diante do que não se pode compreender e conceder um sentido. 

Resta a liberdade humana, característica básica do Existencialismo, a qual não se pode negar. Coube a Sartre batizar esta escola filosófica com a expressão francesa ‘existence’, versão do termo alemão ‘dasein’, utilizado por Heidegger na sua obra Ser e Tempo. Além destes filósofos renomados, o movimento contava também com Albert Camus – adepto destes postulados apenas no campo literário – e Boris Vian.

 Soren Aabye Kierkegaard, antecessor do Existencialismo, encontra seu caminho dentro da Filosofia ao rebater os conceitos de Aristóteles ainda presentes nas teorias da época, combatendo assim os ideais hegelianos, principalmente sua crença na submissão de todos os fenômenos às leis naturais, o que lhes confere um determinismo providencial e retira das mãos do homem sua liberdade individual. Foi este filósofo que legou ao existencialismo a idéia central da liberdade do homem, bem como de sua eterna aflição perante a falta de um projeto que regeria a caminhada humana, o que deixa o indivíduo à mercê de suas próprias decisões e atitudes. Ele vê a realidade como um feixe de possibilidades diante das quais o ser, com sua liberdade de escolha, pode optar pelas que mais lhe convém. 

Estes caminhos podem ser englobados, para ele, em três opções primordiais – o estilo estético, no qual cada um busca aproveitar ao máximo cada momento; o estilo ético, dentro do qual o homem procura viver com atitudes corretas e morais; e o estilo religioso, que se apóia sobre a fé. 

 De certa forma, a moderna física quântica parece adotar esta mesma visão, agora em uma versão mais científica, porém acompanhada da crença na existência de uma força superior, traduzida em termos energéticos. O existencialismo, porém, continua mais ativo que nunca, influenciando a filosofia, a literatura e as artes cinematográficas.
Por Ana Lucia Santana
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