Marco Túlio Cícero (106–43 a.C.; em latim: Marcus Tullius Cicero, em grego clássico: Κικέρων; transl.: Kikerōn) foi um advogado, político, escritor, orador e filósofo da gens Túlia da República Romana eleito cônsul em 63 a.C. com Caio Antônio Híbrida. Era filho de Cícero, o Velho, com Élvia e pai de Cícero, o Jovem, cônsul em 30 a.C., e de Túlia. Cícero nasceu numa rica família municipal de Roma de ordem equestre e foi um dos maiores oradores e escritores em prosa da Roma Antiga.
Sua influência na língua latina foi tão imensa que acredita-se que toda a história subsequente da prosa, não apenas no Latim, como nas línguas europeias, no século XIX seja ou uma reação contra seu estilo ou uma tentativa de retornar a ele. Segundo Michael Grant, "a influência de Cícero sobre a história da literatura e das ideias europeias em muito excede a de qualquer outro escritor em prosa de qualquer língua".
Cícero introduziu os romanos às principais escolas da filosofia grega e criou um vocabulário filosófico latino (inclusive com neologismos como "evidentia","humanitas", "qualitas", "quantitas" e "essentia"), destacando-se como tradutor e filósofo.
A redescoberta das cartas de Cícero por Petrarca é geralmente considerada como um dos eventos iniciais do Renascimento, no século XIV, nos assuntos públicos, humanismo e na cultura romana clássica. Segundo o historiador polonês Tadeusz Zieliński, "o Renascimento era, acima de tudo, um reavivamento de Cícero e, apenas depois dele e através dele, do resto da antiguidade clássica".
O pico da autoridade e prestígio de Cícero se deu durante o Iluminismo no século XVIII e seu impacto sobre os principais pensadores iluministas, como John Locke, David Hume e Montesquieu, foi substancial. Suas obras estão entre as mais influentes da cultura europeia e ainda hoje constituem um dos mais importantes corpus de material primário para obras e revisões sobre a história da Roma Antiga, especialmente sobre os últimos dias da República Romana. Embora tenha sido um dotado orador e um advogado de sucesso, Cícero acreditava que sua carreira política era sua conquista mais importante.
Foi durante seu consulado que a Segunda Conspiração de Catilina tentou derrubar o governo romano através de um ataque por forças estrangeiras e Cícero suprimiu a revolta executando cinco dos conspiradores sem o devido processo legal. Durante a caótica segunda metade do século I a.C., marcada pelas sucessivas guerras civis e pela ditadura de Júlio César, Cícero liderou a campanha pelo retorno do governo republicano.
Logo depois da morte de César, Cícero se destacou como inimigo de Marco Antônio nas lutas pelo poder que se seguiram, atacando-o numa série de discursos.
Acabou proscrito como inimigo do estado pelo Segundo Triunvirato e consequentemente executado por soldados por sua ordem em 43 a.C., depois de ser interceptado numa tentativa de fugir da península Itálica. Suas mãos e sua cabeça foram, como vingança final de Antônio, exibidas no Fórum Romano.
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